O Governo moçambicano aprovou o plano de contingência para a época chuvosa e ciclónica 2025–2026, que projeta que cerca de 1,2 milhões de pessoas podem ser afetadas em diferentes cenários, com foco especial nas províncias costeiras e em zonas historicamente vulneráveis. A previsão colocou em alerta autoridades nacionais, organismos de proteção civil, parceiros humanitários e comunidades locais, que preparam respostas de emergência para mitigar riscos de cheias, inundações, deslizamentos e fenómenos associados aos ciclones tropicais.
O plano, avaliado em cerca de 14 mil milhões de meticais (≈ 217 milhões de USD), pretende articular medidas de preparação, resposta rápida e recuperação, mas enfrenta um défice financeiro e logístico que preocupa a coordenação interinstitucional. Este texto explica quem corre risco, quais são os cenários planeados, que respostas estão sendo preparadas e que medidas urgentes o país precisa para reduzir o impacto humano e económico desta estação.
Época chuvosa e ciclónica 2025–2026: cerca de 1,2 milhões poderão ser afetados em todo o país
Época chuvosa e ciclónica 2025–2026 é a expressão que resume a preocupação das autoridades sobre o período que se inicia habitualmente em outubro. O plano de contingência aprovado pelo Executivo assume cenários múltiplos — do mais brando ao mais gravoso — e aponta que, no segundo cenário contemplado, cerca de 1,2 milhões a 2,0 milhões de pessoas poderão ser afetadas por cheias, inundações e ciclones.
A época chuvosa e ciclónica 2025–2026 identificou como prioridades as províncias costeiras (como Sofala, Zambézia, Nampula e Cabo Delgado), bem como bacias hidrográficas de risco e áreas urbanas com drenagem insuficiente.
Os cenários do Governo variam: o cenário mínimo projeta menos de um milhão de afetados, enquanto o segundo cenário, provável segundo autoridades, estima cerca de 1,2 milhões de pessoas impactadas; um cenário extremo chega a prever até 4 milhões de cidadãos afetados caso múltiplos eventos severos coincidam. Essas projeções motivaram a elaboração de planos setoriais para água, saneamento, saúde e logística.
O plano de contingência: recursos, lacunas e prioridades
O plano de contingência para a época chuvosa e ciclónica 2025–2026 foi orçamentado em aproximadamente 14 mil milhões de meticais, mas o Governo reconheceu que dispõe de pouco mais da metade dessa soma, criando um défice que limita ações imediatas. A verba prevista destina-se a: aquisição de bens de emergência, fortalecimento de centros de abrigo, reabilitação de infraestruturas críticas e mobilização de equipas técnicas.
A resposta à época chuvosa e ciclónica 2025–2026 não depende apenas de fundos: envolve também preparação local. Autoridades e parceiros promovem ações de base: mapeamento de zonas de risco, instruções para evacuação, manutenção de canais de drenagem e limpeza comunitária.
O papel das agências humanitárias e da cooperação internacional
Organismos como a ONU, Cruz Vermelha e parceiros bilaterais acompanham o plano de contingência e preparam fundos e equipas para resposta imediata, sobretudo se o número de afetados atingir ou exceder a estimativa de 1,2 milhões.
Historicamente, a coordenação entre governo e parceiros acelera a entrega de ajuda e a recuperação pós-evento, mas depende de transparência, logística e canais seguros de distribuição. Para além da resposta imediata, especialistas defendem medidas de médio e longo prazo que diminuam a exposição a futuras épocas chuvosas e ciclónicas.
Ordenamento territorial rigoroso, investimento em infraestruturas verdes, reflorestação de bacias hidrográficas, fortalecimento de sistemas de previsão meteorológica (INAM) e financiamento sustentável para manutenção de infraestruturas. Estas ações aumentam a resiliência e reduzem o número de pessoas em situação de risco nos próximos anos.
A época chuvosa e ciclónica 2025–2026 coloca Moçambique perante um desafio previsível e repetitivo: proteger populações vulneráveis enquanto se enfrenta um défice de recursos. As projeções que apontam cerca de 1,2 milhões de pessoas potencialmente afetadas exigem que Governo, sociedade civil, cooperação internacional e comunidades locais atuem coordenadamente. Preparação, financiamento e ações comunitárias podem reduzir o custo humano e económico desta estação.
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